contexto personagem
Henri guarda dentro de si muita mágoa por causa do acidente que causou a morte dos seus pais e dos maus tratos por parte de seus parentes. Isto fez com que ele se tornasse uma pessoa fechada, rancorosa, revoltada. A inconstância se tornou uma de suas principais características, o impulsionando a sempre buscar coisas novas.
Henri guarda dentro de si muita mágoa por causa do acidente que causou a morte dos seus pais e dos maus tratos por parte de seus parentes. Isto fez com que ele se tornasse uma pessoa fechada, rancorosa, revoltada. A inconstância se tornou uma de suas principais características, o impulsionando a sempre buscar coisas novas.
A ausência da luz, das cores, por conta da cegueira, combinava com seu estado de espírito, seu humor, sempre turvo, confuso, banhado de lembranças do acidente, e das imagens de um mundo que já não era mais para ele. A fuga, a transitoriedade, a busca de experiências e sensações novas são formas de desviá-lo das lembranças e os sentimentos antigos, ocupando seu corpo e sua mente. Seu cão é o único vínculo permanente com os bons sentimentos, é o que colore os dias acinzentados de Henri. É sua família, seus olhos, seu ponto de equilíbrio.
Com o passar do tempo, Henri começou a buscar um lugar que o satisfizesse, onde ele pudesse descansar de toda essa correria, dessa fuga constante.

O mundo de Henri é um lugar onde ele pode se fixar, pois é feito para ele. É um ambiente de diversas texturas para que ele possa andar descalço e sentir o chão, as paredes, os objetos com mais intensidade. Tem poucas paredes, para deixá-lo mais livre, podendo circular como quiser, experimentando o seu espaço. Possui variação de temperatura, para que ele possa desfrutar também das sensações térmicas no ambiente.
As cores que despontam em meio ao ambiente, são tons de amarelo, azul e lilás/roxo, os quais são percebidos por Jhonny, seu cão-guia, e são usados para marcar passagens, lugares que merecem atenção, etc. como forma de ajudar a percorrer e viver no mundo. Não há iluminação artificial, pois os olhos de Henri são os de Jhonny, perfeitamente capazes de enxergar à noite, ou em lugares com pouca iluminação.
final o mundo de mundos
Henri continua viajando pelo mundo, mas agora ele tem um lugar para chamar de seu.
Quando quer descansar, fugir de tudo que o perturba, ele deseja que seu mundo apareça e, assim acontece. Com a ajuda de seu cão, Henri sai da cidade, e consegue adentrar em seu mundo.
Um mundo de outros mundos é o que ele precisava. Diferente da realidade, onde as texturas fossem mais importantes que todo o resto. Onde chovesse, nevasse, fizesse calor e frio, dia e noite, para que ele pudesse sentir intensamente aquele lugar. Seu mundo é plural. Ele [o mundo] está perto da localização de Henri, sua posição em relação ao norte é a mesma do lugar onde ele se encontra, e possui as mesmas condições climáticas. Não é, porém, acessível para mais ninguém que não sejam os dois.
Mundo de papel crepom, de bolinhas prateadas, de fios coloridos de lã, de forminhas de doces intactas e amassadas, de tapete antiderrapante, de lã de aço, de plásticos coloridos, de papel laminado frisado e liso... um mundo que crescerá e mudará conforme a vontade de seu dono, e claro, de seu fiel cão também.
Quando quiser, Henri pode se proteger da chuva sob os plásticos; aproveitar o calor refletido pelo papel laminado ou fugir dele se escondendo embaixo das forminhas, ou em meio ao papel crepom, que, quando chove, se torna um lugar refrescante para relaxar. Henri e Jhonny podem brincar nas bolinhas prateadas, subir na montanha de forminhas, rolar no tapete antiderrapante mesmo ao sol forte, e nos dias de frio, dormirem em meio à lã.
Seu mundo o acompanha para onde quer que ele e seu cão forem, e, fazendo sol ou chuva, seu próprio mundo sempre estará regenerado quando eles voltarem, pronto para novas sensações.
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